Blogue elaborado no âmbito do Mestrado em Pedagogia do E-Learning
Unidade Curricular: Metodologia de Investigação em Contextos Online
Docente: Professora Doutora Alda Pereira

Actividades de Aprendizagem

Tema I



Temática 1: O processo de investigação
Actividade 1 : O processo de investigação
 
Quais os paradigmas em que se pode inserir a investigação educacional? Paradigma de pesquisa qualitativa, paradigma de pesquisa quantitativa e paradigma misto. Paradigma Qualitativo : Positivista e empirista. Adopta uma posição relativista.Valoriza o papel do investigador/construtor do conhecimento.Substitui as noções científicas de explicação, previsão e controlo pelas de compreensão, significado e acção.Sujeito (investigador) e objecto (sujeito) da investigação têm a característica comum de serem, ao mesmo tempo, “intérpretes” e “construtores de sentidos”. Paradigma Positivista : o mundo é objectivo, existe independentemente do sujeito e o investigador deve ser o mais neutro possível para não interferir na realidade. O mundo social é igual ao mundo físico: importa conhecer as relações causa-efeito. O seu objectivo é prever, explicar e controlar fenómenos.
Quais as grandes diferenças entre investigação quantitativa e qualitativa? Numa investigação positivista, procura-se encontrar regularidades sujeitas a leis, arranjar generalizações teóricas para que possam ser aplicadas universalmente. A teoria guia o investigador que observa a realidade e formula hipóteses, nas quais se interrelacionam variáveis de índole quantitativa que testadas estatisticamente ou laboratorialmente, confirmam ou não as hipóteses formuladas"(Alves, 2007:103). Numa investigação qualitativa, hermenêutica, naturalista e construtivista, surge neste contexto, por oposição ao positivista, para explicar o mundo social e educativo. O objectivo da investigação é a de compreender a realidade circundante na sua especificidade, querer saber o porquê e os significados dos fenómenos. Não existe uma preocupação em obter leis universais ou generalizações, como no caso da investigação positivista. Os métodos qualitativos, característicos deste paradigma de investigação, seguem uma lógica indutiva, a teoria surge à posteriori dos factos. O investigador observa e procura interpretar a realidade e vai elaborando categorias que, com mais informações, irão transformar-se em constructos teóricos que irão formar a teoria. Existe uma interacção entre investigador e investigado, num processo de dupla hermenêutica, na medida em que cada um interpreta e é interprete, produzindo-se um conhecimento circular que se vai construindo iterativamente e em espiral (Coutinho, 2005:76-78)”(Alves, 2007:103-104). 
Que métodos se podem definir em investigação educacional?

Métodos indutivo e dedutivo
Como caracterizar um estudo de caso em investigação? O “estudo de caso” é um plano de investigação que envolve o estudo intensivo e detalhado de uma entidade bem definida: o caso é um processo de observação intensiva e que, geralmente, se prolonga no tempo.
Como começar uma investigação?
Pesquisa 
Fonte de Informação
Na pesquisa, são sugeridos vários métodos de pesquisa: por tema, por palavras-chave, pesquisa de referências e ainda de citações de autor. Para cada uma das propostas é feita uma explicação com exemplos o que facilita a leitura. Dão-se ainda orientações sobre como proceder à revisão da literatura e dicas para técnicas de pesquisa.
Nas fontes de informação - são apresentadas as características dos vários tipos de fonte de informação.
Quais as etapas a percorrer num processo de investigação?
Robert Yin ( Case Study Research Design and Methods ) indica seis etapas:
  1. Planeamento [Plan]
  2. Concepção [Design]
  3. Preparação [Prepare]
  4. Recolha [Collect]
  5. Análise [Analyze]
  6. Partilha [Share]
Etapas Fluxograma realizado pelo grupo  
Como deve ser organizado um relatório de investigação?
Pode optar-se por uma estrutura que inclua : Resumo, 1-Objectivo, 2-Introdução, 3-Procedimento Experimental, 4-Resultados e 5-Conclusão e Crítica dos Resultados. Estas diferentes partes do relatório são identificadas com subtítulos que devem ser destacados de algum modo (letras maiúscula, sublinhado, tamanho superior, etc.)
O Relatório de trabalho científico deverá ainda obrigatoriamente incluir a bibliografia que foi utilizada. Poderá ainda ter anexos e/ou apêndices.
Resumo
Deverá conter de forma sucinta as questões ou informações mais importantes referidas no relatório, ou seja, explicará a finalidade do trabalho, descreverá o método utilizado apresentará os principais resultados, conclusões.
Esta parte do relatório só deve ser feita no final. Só nessa altura é possível ter a visão global de todo o relatório necessária à elaboração de uma síntese. Está localizado logo no início do relatório.
1- Objectivo
Deverá ainda indicar de modo claro e breve quais são os objectivos do trabalho (o propósito), ou seja, qual é o problema a ser resolvido. Evidentemente, é quem orienta a investigação/pesquisa/estudo que deve definir, claramente, quais são os objectivos do trabalho.
2- Introdução
A introdução deve apresentar o tema geral do trabalho experimental, ou seja as suas premissas teóricas.
Pode indicar alguma informação acerca do tema em estudo, nomeadamente, parâmetros com as quais se pretende comparar os resultados obtidos e as previsões, ou seja, os resultados que se esperam obter.
A maior parte das vezes 3 ou 4 parágrafos, bem escritos e fundamentados em bibliografia adequada, são suficientes para introduzir o assunto a tratar.
De pouco vale copiar de livros e/ou da internet longos textos que não se percebem, abordando aspectos irrelevantes e enfadonhos, utilizando linguagem e conceitos que não se dominam e, por vezes até, repetindo várias vezes a mesma ideia.
3- Procedimento Experimental
Salvo indicação contrária, não é necessário indicar a lista de material utilizado no trabalho uma vez que esta já existe na planificação do trabalho experimental (protocolo). No entanto, se o método se basear na utilização de um determinado aparelho - método Instrumental - deve indicar-se o tipo de aparelho utilizado ou a marca/modelo, bem como as suas características técnicas mais importantes (alcance, tolerância, etc.). Se foi necessária uma montagem de equipamentos, deve apresentar-se um desenho esquemático da mesma e respectiva legenda.
Não é necessário fazer um relato detalhado de todos os passos seguidos. No entanto será importante fazer um resumo do procedimento experimental, onde se seleccionem apenas os passos fundamentais. Se os passos essenciais forem devidamente justificados então estaremos a fundamentar a técnica utilizada.
Devem referir-se as alterações/adaptações ao protocolo.
4- Resultados
A apresentação dos resultados deve constituir uma compilação do conjunto de dados/resultados/observações obtidos durante a realização experimental. Sempre que possível, devem ser apresentados em tabelas, quadros, esquemas ou gráficos.
Muitas vezes a apresentação dos resultados resume-se à caracterização das amostras obtidas e/ou às observações efectuadas durante a realização do trabalho.
A análise dos resultados não deverá ter um carácter interpretativo, deverá limitar-se a destacar os resultados considerados mais evidentes ou então a dar-lhes uma forma mais compreensível, geralmente através do seu tratamento matemático, estatístico ou gráfico. Nestes casos, deve apresentar-se apenas um exemplo claro e bem explicado de cada cálculo efectuado.
As medições efectuadas e os resultados de cálculos devem apresentar-se sempre com as respectivas unidades e com o número de algarismos significativos correcto ou com as incertezas respectivas.
5- Conclusão e Crítica dos Resultados
Será necessário realçar os principais resultados e comentá-los de um ponto de vista crítico, traduzindo a opinião do autor sobre o seu interesse e qualidade. Isso implica avaliar se estes são aceitáveis tendo em consideração os objectivos iniciais do trabalho e aquilo que estava previsto ou estipulado, o que, por vezes, envolve uma comparação entre os dados obtidos experimentalmente e a informação bibliográfica. No final desta avaliação deve apresentar-se, claramente, a resposta ao problema enunciado na introdução.
Os fenómenos ou resultados imprevistos devem ser aqui referidos e, sempre que possível, interpretados.
Devem apontar-se as possíveis causas de afastamento dos resultados em relação aquilo que era esperado (erros/incertezas experimentais? de que tipo? de que grandeza? Quais os mais importantes? Haverá deficiências do método utilizado?).Quando o objectivo do trabalho for utilizar uma determinada técnica experimental, deverão ser indicadas as dificuldades sentidas e limitações identificadas.
Podem ser apresentadas recomendações ou propostas de decisões a tomar em função dos resultados obtidos.
Podem também indicar-se sugestões para investigações posteriores ou ainda, alterações ao procedimento seguido ou à técnica utilizada.
Como citar as fontes usadas numa investigação?
Devemos citar trabalhos que tenham influenciado directamente o nosso trabalho. Todas as fontes devem ser mencionadas, incluindo o nome do autor e ano de publicação.
Como fazer a citação das fontes?
Há vários sistemas ou modos de citar.
O modelo da Associação de Psicólogos Americana (http://www.apastyle.org/).
De acordo com as regras portuguesas, quando se utilizam edições estrangeiras, as citações não são traduzidas.
Bibliografia
Alves, A. (2007). E-Portefólio: Um estudo de caso. In  repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/7178
Aspectos metodológicos da investigação em tecnologia educativa em Portugal (1985-2000) Cohen,L., Manion, L., Morrison, K., Research Methods in Education. London: Routledge Falmer, 2005